domingo, 30 de maio de 2010

Menina princesa - Aisha


O sol acordou o dia

que de novo amanhece

fazendo acordar a vida

na princesa que agradece.


E agradece a menininha

pela vida que acontece,

passo a passo ela caminha

pelas tramas que a vida tece.


Uma volta, volta e meia

segue em sonhos a princesa

que entre fadas e sereias

tem em si toda beleza.


E agradece a princesinha

pelo dia que a vida tece,

pela lua que a noite tinha

e que no dia adormece.


E na ciranda de cada dia

dança a princesa entre cantos,

gira a vida e se faz viva

na fantasia que é seu encanto.



*Aisha*

terça-feira, 25 de maio de 2010

Ilha - Aisha



Sou ilha

ao sentir a vida pulsando em mim,


sou ilha...


Sou ilha na noite que geme na tentativa insana de não deixar dormir os amantes insones na paixão que queima a pele e faz arder a boca sedenta do beijo prestes a acontecer...


Continuo ilha


na recusa da rotina,

do cotidiano,

na busca,

na conquista,

na vitória...


Ilha de mim...



Ilha de ti...


Ilha de nós...



*Aisha*

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Estrelinha - Aisha


Lá no céu uma estrelinha

acordou e quis brincar,

mas os amigos que tinha

preferiram descansar.


A estrelinha não desistiu

e foi logo procurar

por alguém que não dormiu

para ao menos conversar.


Não é bom brincar sozinha

e não ter com quem conversar

pobre da nossa amiguinha,

queria um amigo para brincar.


E não é que a danadinha

foi correndo reclamar

lá com Deus que logo tinha

uma sugestão para dar.


Brinque aqui com os anjinhos

que também querem brincar.

E a estrelinha achou os amiguinhos

que tanto fez para encontrar.


*Aisha*

terça-feira, 18 de maio de 2010

Complexidade - Aisha





Viver o amor sem esquecer o que passou, ser prisioneiro, por opção, das lembranças que não querem se desfazer e dos encantos que já não encantam mais.

Ser um grão de areia que se acomoda à espera daquilo que as ondas possam trazer-lhe ou o suntuoso mar que invade as areias tomando-lhes por sua sem pedir-lhes permissão ou sequer observar seus limites.

Alçar voo, sempre, atirar-se mesmo sem asas ignorando o medo que porventura venha sentir e voar vivenciando as inebriantes emoções que a vida possa trazer e sonhar, e viver, e novamente sonhar como se não houvesse o despertar ou se desperto fosse simplesmente o estado de estar vivo.

Caminhar sem saber para onde e parar diante do por do sol só para apreciar o belo, pisar às margens do rio esperando depositar em suas águas toda a dor que traz em si ou apenas para sentir o toque, o carinho das águas em seus pés.

Olhar-se no espelho sem medo do que pode ver e ver-se como realmente é, alma e matéria em fusão dando essência a sua fé.

Chorar sorrindo as emoções do viver ou sorrir querendo chorar, ser o dono do mundo que carrega no peito deixando que a luz das estrelas extrapole as paredes das razões que muitas vezes acorrentam sem deixar viver.

Amar, nem que seja apenas por amar. Amar a dois ou amar a vida e o mundo que se coloca diante de nós como um campo repleto de flores a serem semeadas e colhidas, e colher cada uma delas com gratidão e respeito, mesmo que isso possa lhe custar pequenos ferimentos causados pelos espinhos, verá no final que terá valido a pena cada um deles!

Ser a criação criadora, e criar vida por onde a morte se alastre, mostrar sorrindo a paz que vivencia e que começa em si mesmo, e espalhar essa paz para onde quer que vá.

Saber que para tudo há um tempo certo, hora a hora, dia a dia, momento a momento um novo desafio e o destino fazendo acontecer, mesmo que contrarie suas vontades, saiba, muito se aprende e se cresce quando se consegue aceitar sem que se acomode, pois a acomodação é a putrefação da vida.

Saber-se importante sem ser egoísta, pois o mundo precisa de você, afinal, você é peça fundamental para que esse espetáculo, que se chama vida, possa ser encenado em sua íntegra e em cada ato, muito da vida que se faz conhecer.

Um sopro e tudo aconteceu...

"Então formou o SENHOR DEUS ao homem do pó da terra, e lhe soprou em suas narinas o fôlego da vida, e o homem foi feito alma vivente." Gênesis 2:7


*Aisha*


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Fadas e encantos - Aisha



Fada azul voou lá fora

entre as flores do jardim

e no alto do pé de amora

sorriu acenando pra mim.



Fada rosa voou apressada

mostrando como é ser feliz

e no sorriso da rosa fada

sorri o sorriso que sempre quis.



Fada violeta me olhou pensativa

desenhando o destino tão meu,

é de sonho a alma do artista,

seja feliz, eis o conselho que me deu.



Fada vermelha dançava no ar

envolvendo o vento com paixão,

querendo assim me ensinar

a ouvir sempre o coração.



Fada a fada, hora a hora,

entre encantos me fazem ver

que a vida acontece agora

colorindo meu viver.


*Aisha*

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Minha casa - Aisha


Minha casa tem parede,

tem porta e tem telhado,

tem também uma varanda

que tem um vidro quebrado.


Na varanda da minha casa

ficam a prima e o namorado

tentando consertar o vidro

que não quer ser consertado.


Na varanda da minha casa

a bola rola de pé em pé,

voa como se tivesse asa

buscando o gol com garra e fé.


Outro gol e a mãe grita

lá do fundo da cozinha

e o time logo se agita

fugindo dos gritos da vizinha.


E na varanda da minha casa

o vidro continua quebrado

culpa da bola que parece ter asas

e estoura o vidro que foi consertado.


*Aisha*

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Recreio - Aisha



O recreio da escola é super animado. A gente corre, brinca, come, pode fazer xixi e consegue descansar a cabeça do monte de coisas que a professora, num sacrifício sobre humano, tentou ensinar.

O recreio é a melhor parte da escola!

E tudo ia bem naquela tarde de verão – dava até pra gente pensar que o mundo ia derreter, de tão quente que estava – até que a tragédia aconteceu. Tragédia significa: “Acontecimento triste, funesto, catastrófico” e eu sei disso porque a professora levou duas aulas tentando fazer a gente entender como que procura uma palavra no dicionário e até que ela conseguiu ensinar, o duro foi a gente aprender, levei um tempão, mas consegui achar o significado da palavra tragédia...

Lá estava eu correndo atrás do Pedro para devolver a “sardinha” que ele tinha me dado na entrada da escola e, de repente, quando já estava pra pegar o Pedro, meu pé grudou no chão. Eis ai a maior tragédia da minha vida! Que nojo! Quem teria jogado aquele montão de chicletes no meio do pátio? Ainda mais com aquele calor, aquilo estava um grude só, colando até pensamento.

Parei, é claro e o Pedro ficou ali com os meninos rindo de mim. Que raiva! Enquanto ficava ali com meu pé para cima, sem saber o que fazer ou como me livrar daquele monstro, tocou o sinal, aquele que sempre toca pra acabar com a brincadeira avisando que está na hora de entrar e, como eu poderia subir para a sala se nem o pé no chão estava conseguindo colocar? O negócio era limpar meu pé, livrando daquele negócio gosmento e grudento, mas como fazer se o nojo era maior? Quem teria jogado aquilo ali? Que boca teria mastigado aquele chicletes?

A essas alturas, meu estomago começou a virar e num susto acordei dos meus pensamentos com a tia à minha frente querendo saber o que eu estava fazendo ainda ali se todo mundo já havia subido pra classe. Mal a mulher terminou de falar e não deu mais pra segurar. Meu estomago parecia sair pela boca com tudo que tinha comido naquele dia, lavando a tia, o pátio e o bendito do chicletes que ainda teimava em ficar no meu pé. A tia não quis saber. Me pegou pelo braço e me arrastou até a diretoria onde a diretora, vendo que meu mal era o nojo do que estava grudado em mim, tratou de ajudar a tia no livramento do meu pezinho daquele monstro gosmento.

Que alegria senti ao me ver livre daquele mal. Nem ouvi a bronca da diretora e a reclamação da tia... Acho que essa é a grande vantagem em ser criança, a gente quase morre numa hora, mas quando consegue resolver o problema, pronto, é só alegria!

Quanto ao Pedro, ele que me aguarde. Amanhã tem aula outra vez e, em dia de aula tem sempre recreio e ai... Ele que me aguarde...


*Aisha*

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mãe - Aisha



Mãe é "super mulher", "pau para qualquer obra". Mãe é aquela que sabe tudo e resolve tudo facilmente, que sorri diante da dor. Sabe ser mulher, médica, professora, louca, sempre da conta de todos os trabalhos, até mesmo daqueles que todos se recusam a fazer.Tem fé, acredita.

Mãe nunca mente, diz sempre a verdade, doa a quem doer.

Mãe conhece os filhos até mesmo às avessas. Sabe o que sentem, o que pensam, parece até ter mais olhos do que mostra, mais braços, mais pernas, vai ver tem mesmo... Está sempre pronta e atende a todos mesmo antes de ser solicitada, aliás, para mãe não há solicitação, ela dispensa toda burocracia. Nunca é preciso pedir, pois sempre chega antes da necessidade se apresentar. Conhece e entende todos os tipos e formas de comunicação, do bebê com seu variado tipo de choro, que só sendo mãe pra perceber a diferença, os suspiros dos filhos adolescentes, as angustias dos maiores, até chegar a comunicação do simples olhar do filho que já atingiu a maturidade e que lhe diz "obrigado" mesmo sem proferir as exatas palavras que denotam agradecimento.

Mãe está sempre atenta a tudo e a todos. É mãe dos filhos, do marido, da casa e está sempre vestida do sorriso, levando colo a quem precisar. Para ela não há idade nem tempo, o filho pode crescer que ela continuará sendo sempre a mãe que sempre foi.

Mãe agasalha com amor, é abrigo, compreende e entende todos os princípios. Mostra o amor mesmo quando pronuncia um "não". Prepara para o voo, cuida das asas dos filhos, mostra o caminho da liberdade e quando estão prontos, fica na ponta da grande rocha da vida pois quer estar junto ainda alimentando a força da prole quando esta se lançar no desafio do primeiro voo.

Mãe vive o princípio do amor. Vai de fada à fera quando se trata de defender seu rebanho. Reprimendas, chamar a atenção, castigos, só ela sabe fazer, pois sabe da dosagem que cabe a cada um, nem mesmo ao pai cede esse poder.

Mãe sonha e vive seus sonhos em cada ato, em cada carinho, em cada afazer. Tem sempre respostas às mais variadas questões. É amiga, confidente, cúmplice, veste-se da conselheira, erra junto, comemora os acertos, partilha e ao invés de dividir, prefere somar aos seus.

Mãe é tão mãe que as vezes nos esquecemos que mãe é gente que sente e vive como qualquer ser humano, que busca a vida, tem sede de ser mulher, nem que seja só às vezes. Também se fere, mas reveste suas lágrimas com sorrisos e boa vontade. Mãe está sempre pronta para atender o filho que chega com vontade de ser filho, buscando colo, palavra ou mesmo companhia. Mãe não tem idade, mas tem sabedoria. Tenha ela vinte ou oitenta anos, será sempre sábia, porque antes de tudo, é mãe.

*Aisha*

Conta pra mim?



Conta pra mim

uma história de criança

que tenha bruxa e fada

que assusta e encanta...


Conta pra mim

o segredo que se esconde

bem ali, atrás da esquina,

onde o duende guarda a ponte...


Conta pra mim

numa verdade que não mente

como o riso do palhaço

alegra tanto toda gente...


Conta pra mim

como o dia escurece

e pra onde vai o sol

quando a noite acontece...


Conta pra mim

quem pintou todas as cores

enfeitando o mundo inteiro,

bicho, gente e até as flores...


Conta pra mim

da poesia da menininha

que sonha com a princesa

do reino da Carochinha...


Conta pra mim,

mas, se não puder me contar,

volto aos sonhos que sonhei

antes dos anos me acordar...


Conta pra mim?


*Aisha*